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sábado, 18 de dezembro de 2010

Do not lose someone you love

Meu nome é Joaquim. Quando completei 19 anos resolvi me mudar para um apartamento no centro da cidade. Eu tinha terminado meus estudos um ano antes e, por enquanto, não queria cursar qualquer faculdade.

O apartamento não era lá grande coisa, mas era ótimo pra mim.

   No dia em que eu estava mudando pra lá, conheci uma garota linda. Seu cabelo era liso e escuro, os olhos eram castanhos e o sorriso dela modificava o rosto de qualquer um que estivesse por perto.

   - Deve ser novo por aqui não é? – disse quando me viu na sua frente com as malas.

   - Sim, acabei de chegar. – coloquei as malas no chão e estendi minha mão direta à ela. – Joaquim, prazer.
Ela apertou minha mão e sorriu.

   - Marina. O prazer é todo meu Joaquim. – então ela soltou minha mão e me encarou. – Eu moro aqui na frente, então acho que vamos nos ver bastante. Se precisar de alguma coisa é só pedir. Estou indo trabalhar, até mais.

   Ela estava indo até o elevador e eu não resisti.

   - Acho que preciso de um emprego. Se souber de algo, me avise, por favor. – eu estava sorrindo. Ela virou-se pra mim e acenou com a cabeça. Entendi como um sim.

   Passei a manhã toda tentando arrumar as coisas naquele apartamento. Por mais que ele fosse pequeno, eu não estava conseguindo organizar quase nada ali. Alguém tocou a campainha. Era minha namorada, Nicole.

   Preparei algo para comermos e passamos o resto do dia juntos. Era interessante como ela gostava de falar do sapato que queria comprar, dos vestidos, brincos e colares exageradamente caros. Ela não perguntou como eu estava me sentindo ou se eu estava gostando daquele lugar, Nicole era fútil e, isso, estava começando a me incomodar de um modo que nunca imaginei.
Quando ela foi embora a acompanhei até o elevador e Marina estava ali. Ela passou por mim e disse um oi. Nicole me deu um beijo e partiu.

Voltei para o apartamento e fiquei deitado no sofá, pensando na vida. A campainha tocou novamente e deduzi que Nicole tinha esquecido algo. Enganei-me. Marina sorriu e disse que precisava falar comigo.

   Permiti que ela entrasse e então ela começou a falar.

   - Joaquim, eu trabalho num restaurante que fica aqui no centro mesmo; estão precisando de alguém que saiba pilotar moto e faça as entregas. Eu falei de você e só preciso saber se você aceita. E aí?

   Eu adorava pilotar motos; seria o emprego perfeito, por enquanto.

   - Eu aceito sim. Quando começo?

   - Acho que amanhã mesmo. Pode ir lá pelas nove da manhã, assim que eu for. Podemos ir juntos se quiser.

   - Eu quero sim! Obrigado.
Depois disso ela saiu e só nos vimos no dia seguinte.

   Estávamos trabalhando juntos e nos tornamos grandes amigos. Quase todo dia, íamos até o terraço do prédio e ficávamos ali, conversando, olhando as estrelas e fazendo planos pro futuro. Ela me ouvia falar do decadente relacionamento entre Joaquim e Nicole, me dava conselhos e eu entendi o significado de um ombro amigo. Para qualquer coisa que eu precisasse, ela estava ali. Suas palavras me faziam um bem enorme e ouvir a voz dela era algo realmente magnífico.

   Quando já estava tarde demais, ela cantava uma canção pra mim enquanto eu estava deitado em seu colo: “I will never let you fall, I’ll stand up with you forever, I’ll be there for you through it all, even if saving you sends me to heaven!”.

   - Há quanto tempo você e Nicole estão juntos? – perguntou uma noite dessas.

   - Já faz uns três anos, se não me falha a memória.

   - Você a ama?

   - Eu gosto muito dela mas somos completamente diferentes. Marina, por que você não ta namorando ainda?
- Ah Joaquim, eu sou meio louca e não quero obrigar ninguém a ficar sofrendo comigo. Tenho minhas crises e prefiro ficar só com elas. Não quero um namorado; pelo menos não agora. Entende isso?

   - Acho que sim.

- Sou complicada de entender, mas acho que com o passar do tempo alguém vai me decifrar. Já pensou em suicídio? – não entendi o por quê dessa pergunta.

   - Umas vezes, mas não teria coragem para fazê-lo. Somos vencedores e se você faz algo do tipo se torna um perdedor. A vida está aí e você tem que ir até o fim, mas sem antecipá-lo. É o que eu penso.

   - Eu considero como vencedor aquele que sabe a hora certa de desistir.

   - Hum… Você não acha que o suicídio é algo egoísta demais? Quer dizer, a pessoa se mata por causa do seu sofrimento e deixa outras pessoas sofrendo aqui. Não acho isso legal, mas não julgo ninguém.

   - Talvez seja. Vamos mudar de assunto?

   - Ta.
Marina dizia ser louca e eu estava começando a acreditar nisso.

   Quando chegavam os finais de semana, Nicole e eu saíamos para qualquer lugar que ela quisesse. Como sempre, ela só conseguia falar de si própria e das coisas que estava usando e que gostaria de usar.

   Fomos até uma sorveteria e vi Marina com um homem (ele sempre ia ao restaurante falar com ela). Nicole e eu nos sentamos em uma mesa e ficamos ali chupando sorvete. O homem beijou Marina e meu estômago revirou ao ver aquilo. Eu queria sair o mais rápido dali, senti ciúmes. Coisa de amigo.

   - Aquela é sua vizinha não é? – parabéns Nicole, você acertou!

   - Sim. Vamos embora? Eu não estou muito bem.
Fui pra casa e não parava de pensar naquela cena. Ela disse que não queria um namorado, mas por que aquilo? Por que eu estava pensando nisso? Eu não sabia o que estava acontecendo.

   No dia seguinte não conseguia olhar diretamente pra ela. Eu estava bravo e arrogante. À noite Marina tinha dito que faria uma festa no apartamento para comemorar seu aniversário. Pediu para que eu fosse e que levasse Nicole, se eu quisesse.

   A festa estava ótima até eu ver o homem que beijou Marina. Tentei não pensar em nada.

   - Joaquim! Olha só o que sua amiguinha fez! – o vestido de Nicole estava encharcado de suco.

Peguei Marina pelo braço e a levei até o canto da sala.

   - Qual o seu problema? – perguntei enfurecido.

   - Como assim Joaquim? Foi um acidente. Não queria derrubar nela. – ela não conseguia me olhar.
Soltei gargalhadas e seus olhos estavam lacrimejando.

   - Ah claro que não! Desculpa senhorita “eu nem me importo com a sua namorada”! – estava apertando cada vez mais forte seu braço.

   - Você ta louco! Solta meu braço, ta machucando!

   Cheguei meu rosto mais perto do dela e olhei diretamente em seus olhos.

   - Você é a louca aqui, não esquece disso! – soltei o seu braço e fiquei sem compreender o que tinha feito.

   Chamei Nicole para que fossemos embora e, depois de sair com ela, voltei ao meu apartamento. Percebi que a festa de Marina já tinha terminado.

   Ao abrir a porta, notei que no chão havia um bilhete. Peguei-o e reconheci a letra de Marina:

    “Joaquim;
Quando você estiver lendo esse bilhete talvez já seja muito tarde pra mim. Eu não sei o que fiz para você me tratar daquele modo e me magoou profundamente. Acho que é hora de eu dizer o que realmente penso. Sabe, é estranho e confuso. Você se tornou um grande amigo; eu tenho alguém para contar meus problemas e isso é ótimo. Como você e eu sabemos, ‘eu sou louca!’. Meus sentimentos por você se confundiram e eu quero você comigo, não como amigo. Entenda que já pensei muitas vezes em tirar a Nicole de você e te roubar pra mim; mas isso não será mais preciso. Estou no nosso lugar de sempre esperando tomar coragem para fazer o que mais desejo. Espero que não fique bravo comigo, você foi um anjo na minha vida! Pena que eu não sou nada e nem ao menos tento ser. Não se importe comigo, pois não vai fazer diferença.

                                    Eu te amo,

                                       Marina.”
Larguei o bilhete no chão e corri o máximo que pude para chegar ao terraço. Só de pensar em não a ver mais, meu coração estremeceu. As lágrimas já estavam escorrendo no meu rosto; eu não conseguia respirar. Quando cheguei ao terraço ela estava lá, de costas pra mim, em pé e olhando pra baixo.

   - Marina! – eu estava soluçando.

   - Vá embora Joaquim. Nada que você faça vai desfazer isso.

   - Olha, eu sei que fui errado com você. Desculpa! Eu estava com ciúmes e percebo agora que eu te amo. Sai daí e fica aqui comigo.

   - Você ama a Nicole. – sua voz era sombria
.
- Não! Eu nunca disse isso. – eu estava me aproximando dela, fazendo o mínimo de barulho que podia.
 – Você é tudo pra mim, está comigo nas horas boas e ruins; você é capaz de me fazer bem apenas com um sorriso. Eu sei que a pessoa que eu amo é você! Não minto que lutei contra isso, mas agora percebo que foi em vão.
   Ela sabia que eu estava me aproximando e pensei que ela se jogaria dali.
- Minha vida gira em torno de você Marina, então se minha vida vai se jogar de um prédio, eu também irei. Você quer isso?

   - Você cometeria suicídio por causa de uma ‘louca’ Joaquim?

   - Eu cometeria suicídio por você.

   Marina virou-se pra mim e sorriu. Ela não estava chorando, sua face não transmitia emoção alguma e, com um passo pra trás, ela se jogou.

   Eu não queria saber de nada, só queria estar com ela. E ao vê-la caindo, não parei pra pensar, apenas me joguei pra tentar salva-la.

   E enquanto eu estava caindo, certa música veio à minha cabeça: “Nunca deixarei você cair, eu enfrentarei tudo com você pra sempre; eu estarei ao seu lado apesar de tudo isso, mesmo que salvar você me mande pro céu.”

5 comentários:

  1. A historia é linda, porem muito depressiva D:

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  2. Gostei muito da história joaquim mas eu também achei depressiva e dramática, só a parte do final!!!

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  3. ESCRITO POR VOCE? EU VI ESSA HISTÓRIA EM OUTRO SITE, FALTA DE CRIATIVIDADE É FODA HEIN? RS

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  4. É, você pode ter visto em outro blog, flata de criatividade é do dono do outro blogue se ligue.

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